Olá pessoal!!!
Desculpem a demora, finalmente estou de volta...
Quarta parte da série: O Steinway Moderno. Aqui será possível conhecer um pouco sobre a fabricação e o porque da qualidade de som desse piano único.
Vamos lá então...
A junção do teclado, da caixa de madeira e das peças mecânicas e respectiva feltragem acontecem em diferentes partes da fábrica. O teclado se situa numa moldura de madeira que se encaixa na caixa de madeira de superficie curva ( a parte de madeira que dá formato ao piano propriamente dito). Os componentes da mecânica do piano (martelos, feltragens, basculantes, camursas, molas, abafadores, etc) são reunidos e ajustados para encaixar no piano que já foi encordoado.
A Steinway adquire teclados e mecânicas para seus pianos verticais de várias empresas subcontratadas ou empresas especializadas em peças de mecânica para piano, no entanto continua a fabricar algumas das peças para seus pianos de cauda. Enquanto a mecânica dos pianos de cauda têm permanecido basicamente a mesma desde que ela foi patenteada pelo fabricante francês de pianos Erard em 1821, melhorias foram executadas e mudanças aconteceram. Em instrumentos americanos o tradiocional tecido de lã que vai em volta dos pinos de união das partes mecânicas foi substituido por Teflon alguns anos atrás. Técnicos que trabalham com mecânica de pianos tiveram dificuldade de substituir esses "tecidos" de Teflon. A Steinway desde então substituiu o Teflon por uma lã impregnada de Teflon. As mecânicas americanas e de Hamburgo se diferem muito pouco uma da outra, mas a diferença de resposta das teclas pode ser percebida pela maioria dos pianistas mais sensíveis.
O recente piano construído, com a mecânica devidamente encaixada, é sujeitado ao "Banger", um robô de 88 dedos que toca cada tecla dez mil vezes em 45 minutos. Peças quebradas ou com mal funcionamento são substituídas e iniciam-se os processos de regulagem e afinação preliminar os quais determinam como a mecânica se movimenta e como o piano vai soar.
Texto extraído do livro “Steinway” do autor Ronald V. Ratcliffe e traduzido por João Ronaldo, afinador de piano e engenheiro Civil pela USP.
Mais novidades em breve!!!
Boa semana a todos!!!
João Ronaldo
6454-1927
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Série: O Steinway Moderno – Parte 3
Olá pessoal!!!
Então estamos de volta com a terceira parte da série O Steinway Moderno. Aqui será possível conhecer um pouco sobre a fabricação e o porque da qualidade de som desse piano único.
Here we go!!
A caixa (parte interna e externa fig. 01) do piano é feita de várias lâminas da madeira “maple” medindo um quarto de polegada (cerca de 6,4 mm) cada uma. Essas lâminas são contínuas e percorrem todo o perímetro do instrumento.
Essas lâminas são unidas para criar a espessa estrutura dentro da qual vai a tábua harmônica e a chapa metálica. As superfícies das lâminas são unidas com cola e fixadas na prensas de moldar lâminas de madeira inventada por C.F. Theodore Steinway em 1880 (fig. 02).
Depois de coladas de um dia para outro, as peças metálicas fixadoras das lâminas são removidas e as caixas são dispotas de pé e deixadas para secar um mês ou mais num ambiente controlado, reduzindo o teor de umidade da madeira para 6%. A caixa é finalizada por marceneiros que encaixam o bloco de madeira (maple) com as cravelhas, a cama do teclado, e os braços diagonais de sustentação, sobre os quais vai a tábua harmônica.
Cerca de 4 meses após este processo, são aplicadas cinco demãos de laca ou poliester. O tipo de material utilizado na finalização da parte externa da caixa não tem nenhum efeito na qualidade do som. Não tem importância se o instrumento é laqueado com preto cetinado Steiway tradicional nos EUA, ou se é usado o poliester, pintura de alto brilho tradicional nos intrumentos da Alemanha. É possível também as caixas serem finalizadas com lâminas de madeiras exóticas ou trabalhadas com ornamentos e molduras douradas e pinturas coloridas (fig. 03).
As tábuas harmônicas são construídas de peças de pinheiro (tipo de pinus) unidas com cola e sustentadas pelas peças de madeiras transversais (vigas fig. 04) de forma que a táboa harmônica penda para cima formando a chamada “coroa” (fig. 05). * Nota do tradutor: A “coroa” é fundamental para manter as características de vibração da tábua harmônica que é responsável pela ressonância dos sons produzidos pelas cordas, ou seja pela “intensificação” dos sons produzidos. É importante ressaltar que pianos de 50, 100 anos já possuem a forma côncava da táboa harmônica alterada e portanto alterações no volume do som do piano podem ser observadas. Alguns técnicos em piano dizem que estes pianos estão “cansados” quando a madeira perde a forma original e têm seu som prejudicado.
Uma estrutura de metal (chamada de chapa no Brasil, fig. 06), a qual é fabricada segundo as especificações da Steinway, é encaixada dentro da caixa e disposta sobre a tábua harmônica de cada piano. A superfície da chapa metálica é deixada de forma regular e depois pintada em ouro brilhante.
Texto extraído do livro “Steinway” do autor Ronald V. Ratcliffe e traduzido por João Ronaldo, afinador de piano e engenheiro Civil pela USP.
Na próxima semana, mais novidades!!!
Boa semana e Feliz Natal a todos!!!
João Ronaldo
6454-1927
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Série: O Steinway Moderno – Parte 2
Boa tarde amigos!!!
Aí está a segunda parte da série O Steinway Moderno. Como disse anteriormente, nesta série será possível conhecer um pouco sobre a fabricação desse maravilhoso piano. Portanto vamos continuar!!! O piano dos pianos!!! Espero que apreciem!!!
Vamos lá...
Série: O Steinway Moderno - Parte 2
As fábricas modernas da Steinway são ainda capazes de produzir a maioria das partes componentes de um piano. A parte metálica que sustenta as cordas (chamada de “chapa” no Brasil) é produzida por empresas subcontratadas e seguem o padrão Steinway. As peças relacionadas à mecânica do piano vertical e dos pianos maiores de cauda (chamada de “partes de ação” do inglês) bem como os teclados, são produzidos por outras firmas também. A combinação de 12 mil peças para construir um piano de cauda é um processo intenso que leva aproximadamente um ano e requer várias habilidades tanto artesanais quanto técnicas.
A seleção de madeiras para um instrumento musical é uma importante decisão já que a madeira é o principal ressonante das vibrações sonoras produzidas pelas cordas do piano. As madeiras são escolhidas ainda pela característica das suas fibras como sua direção, umidade e qualidade – escolhas que definitivamente determinam a qualidade do som do instrumento. As madeiras utilizadas no Steinway moderno são: pinheiro usado na táboa harmônica, “pinus açúcar” usado nas “ripas transversais” da táboa harmônica. As madeiras poplar (árvore alta e reta de madeira macia), cerejeira, walnut (árvore que produz a noz), mogno e faia são utilizadas na construção da caixa do piano incluindo pernas e tampa. A madeira da árvore Maple é usada na construção da parte laminada interna da caixa do instrumento que dá a forma arredondada à lateral. Um tipo de maple mais dura é utilizada para construir um bloco laminado de madeira (chamado “cepo” no Brasil) onde estão presos os pinos de afinação (chamadas cravelhas no Brasil) que sustemtam a incrível tensão das cordas do piano.
A Steinway & Sons mantém seus próprios estoques de madeira nas fábricas tanto de Astoria, Long Island quanto de Hamburgo, envelhecendo e secando as peças de nove a meses a 5 anos. Menos que 50% é usado na construção de pianos. Mais de 70% do estoque das madeiras provenientes da walnut (árvore que produz a noz) que utilizada na construção da caixa, pernas e tampas, é descartada. As madeiras são compradas muito mais porque estão disponíveis do que porque são necessárias, portanto uma imensa quantidade e variedade fica estocada tanto na fábrica de Nova Yorque quanto na fábrica de Hamburgo. Todas as peças de madeira são cortadas para se adequar nas máquinas de serrar madeira da Steinway.
Texto extraído do livro “Steinway” do autor Ronald V. Ratcliffe e traduzido por João Ronaldo, afinador de piano e engenheiro Civil pela USP.
Na próxima semana, mais novidades sobre o Steniway !!!
Boa semana para todos!!!
Aí está a segunda parte da série O Steinway Moderno. Como disse anteriormente, nesta série será possível conhecer um pouco sobre a fabricação desse maravilhoso piano. Portanto vamos continuar!!! O piano dos pianos!!! Espero que apreciem!!!
Vamos lá...
Série: O Steinway Moderno - Parte 2
As fábricas modernas da Steinway são ainda capazes de produzir a maioria das partes componentes de um piano. A parte metálica que sustenta as cordas (chamada de “chapa” no Brasil) é produzida por empresas subcontratadas e seguem o padrão Steinway. As peças relacionadas à mecânica do piano vertical e dos pianos maiores de cauda (chamada de “partes de ação” do inglês) bem como os teclados, são produzidos por outras firmas também. A combinação de 12 mil peças para construir um piano de cauda é um processo intenso que leva aproximadamente um ano e requer várias habilidades tanto artesanais quanto técnicas.
A seleção de madeiras para um instrumento musical é uma importante decisão já que a madeira é o principal ressonante das vibrações sonoras produzidas pelas cordas do piano. As madeiras são escolhidas ainda pela característica das suas fibras como sua direção, umidade e qualidade – escolhas que definitivamente determinam a qualidade do som do instrumento. As madeiras utilizadas no Steinway moderno são: pinheiro usado na táboa harmônica, “pinus açúcar” usado nas “ripas transversais” da táboa harmônica. As madeiras poplar (árvore alta e reta de madeira macia), cerejeira, walnut (árvore que produz a noz), mogno e faia são utilizadas na construção da caixa do piano incluindo pernas e tampa. A madeira da árvore Maple é usada na construção da parte laminada interna da caixa do instrumento que dá a forma arredondada à lateral. Um tipo de maple mais dura é utilizada para construir um bloco laminado de madeira (chamado “cepo” no Brasil) onde estão presos os pinos de afinação (chamadas cravelhas no Brasil) que sustemtam a incrível tensão das cordas do piano.
A Steinway & Sons mantém seus próprios estoques de madeira nas fábricas tanto de Astoria, Long Island quanto de Hamburgo, envelhecendo e secando as peças de nove a meses a 5 anos. Menos que 50% é usado na construção de pianos. Mais de 70% do estoque das madeiras provenientes da walnut (árvore que produz a noz) que utilizada na construção da caixa, pernas e tampas, é descartada. As madeiras são compradas muito mais porque estão disponíveis do que porque são necessárias, portanto uma imensa quantidade e variedade fica estocada tanto na fábrica de Nova Yorque quanto na fábrica de Hamburgo. Todas as peças de madeira são cortadas para se adequar nas máquinas de serrar madeira da Steinway.
Texto extraído do livro “Steinway” do autor Ronald V. Ratcliffe e traduzido por João Ronaldo, afinador de piano e engenheiro Civil pela USP.
Na próxima semana, mais novidades sobre o Steniway !!!
Boa semana para todos!!!
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Série: O Steinway Moderno
Boa tarde amigos!!!
Como todos sabem, sou técnico em piano e apaixonado por esse instrumento sobre vários aspectos: afinação, ajuste, restauração e a execução de peças ao piano, propriamente dita.
Por esse motivo, resolvi iniciar uma série de relatos realizada por mim sobre a construção do magnífico piano Steinway com base em pesquisas em fontes Steinway. Nesta série será possível conhecer um pouco sobre a fabricação desse maravilhoso piano. O piano dos pianos!!! Espero que apreciem!!!
Sem demora, vamos lá...
A Construção de um grand piano (cauda) Steinway começa com a confecção da “caixa” de superfície côncava e convexa, na região da cauda e plana na região do teclado. A fabricação da caixa se dá pela compressão de dezoito lâminas da madeira da árvore Maple, que existe em abundância em países do hemisfério norte como Canadá, cuja folha está na sua bandeira.
A “caixa” do Steinway possui uma forma única: cada lâmina de madeira é continua e dá a volta em torno de todo o piano formando as laterais e a cauda. As laterais do piano, feitas pelas lâminas de maple, se unem à superfície plana da caixa, correspondente à região onde será encaixado o teclado, formando uma superficie contínua de madeira, exceto pela superfície plana.
A prensa utilizada para curvar as lâminas de madeira é uma prensa patenteada no século XIX (C. F Theodore Steinway) ainda empregada nos processos de fabricação dos Steinway modernos. Durante a fabricação muito tempo é utilizado na secagem da madeira, fixação das lâminas e colagem. Um exemplo do quanto pode demorar o processo é a secagem da madeira que leva mais de 5 anos. Todo processo, uma curiosa combinação das antigas tradições existentes e moderna tecnologia é realizado com a devida calma.
Texto extraído do livro “Steinway” do autor Ronald V. Ratcliffe e traduzido por João Ronaldo, afinador de piano e engenheiro Civil pela USP.
Por hoje vamos ficar com essa introdução e na próxima semana prometo trazer mais novidades!!!
Boa semana para todos!!!
João Ronaldo.
http://www.joaoronaldo.com.br/
6454-1927
Como todos sabem, sou técnico em piano e apaixonado por esse instrumento sobre vários aspectos: afinação, ajuste, restauração e a execução de peças ao piano, propriamente dita.
Por esse motivo, resolvi iniciar uma série de relatos realizada por mim sobre a construção do magnífico piano Steinway com base em pesquisas em fontes Steinway. Nesta série será possível conhecer um pouco sobre a fabricação desse maravilhoso piano. O piano dos pianos!!! Espero que apreciem!!!
Sem demora, vamos lá...
A Construção de um grand piano (cauda) Steinway começa com a confecção da “caixa” de superfície côncava e convexa, na região da cauda e plana na região do teclado. A fabricação da caixa se dá pela compressão de dezoito lâminas da madeira da árvore Maple, que existe em abundância em países do hemisfério norte como Canadá, cuja folha está na sua bandeira.
A “caixa” do Steinway possui uma forma única: cada lâmina de madeira é continua e dá a volta em torno de todo o piano formando as laterais e a cauda. As laterais do piano, feitas pelas lâminas de maple, se unem à superfície plana da caixa, correspondente à região onde será encaixado o teclado, formando uma superficie contínua de madeira, exceto pela superfície plana.
A prensa utilizada para curvar as lâminas de madeira é uma prensa patenteada no século XIX (C. F Theodore Steinway) ainda empregada nos processos de fabricação dos Steinway modernos. Durante a fabricação muito tempo é utilizado na secagem da madeira, fixação das lâminas e colagem. Um exemplo do quanto pode demorar o processo é a secagem da madeira que leva mais de 5 anos. Todo processo, uma curiosa combinação das antigas tradições existentes e moderna tecnologia é realizado com a devida calma.
Texto extraído do livro “Steinway” do autor Ronald V. Ratcliffe e traduzido por João Ronaldo, afinador de piano e engenheiro Civil pela USP.
Por hoje vamos ficar com essa introdução e na próxima semana prometo trazer mais novidades!!!
Boa semana para todos!!!
João Ronaldo.
http://www.joaoronaldo.com.br/
6454-1927
domingo, 14 de novembro de 2010
Nosso bom piano Brasil
Quem não ouviu falar do piano Brasil e seus elogios? Sempre quando se buscam informações sobre pianos nacionais é comum surgirem vários depoimentos do bom piano Brasil. Alguns são de proprietários, outros de apreciadores do instumento.
Como técnico em piano, também devo falar sobre o piano Brasil que considero um bom instrumento para os estudantes de música. Claro é que não se trata de um piano profissional onde se espera grande desempenho em termos de sonoridade, timbre e reposta mecânica. Porém é um piano que podemos ter em casa e atingir um bom nível de satisfação como estudante de música ou mesmo pianista pela relação custo/benefício.
Começando pelo timbre, pode-se dizer que em geral, apresentam som consistente e aveludado. Devido a construção desse piano os afinadores não encontram embaraço na afinação. É comum que com bem menos ajustes as cordas atinjam rapidamente a mesma afinação e por consequência o timbre sai inteiro sem produzir zunidos provenientes de divergência centesimal de frequência. Portanto um timbre consistente com uma boa impressão de unicidade.
Um piano de sonoridade não muito grande. Porém, suficiente para imprimir dinâmicas até satisfatórias, quando o estudante pode realizar um bom aprendizado até atingir sua maturidade. Apesar de ser um piano não mais fabricado os exemplares espalhados pelo país respondem ainda bem.
Podem responder bem também em termos de mecânica, principalmente se tiverem uma boa atenção de um bom técnico em pianos. Com discrição, mas podem respondem bem. Muitas vezes por serem pianos já de certa idade é comum que as unidades existentes necessitem a substituição de elementos fundamentais para agilidade do instrumento como molas de abafadores, molas de martelos, feltros da mecânica para eliminação de ruídos, dentre outros materiais.
Certa ocasião fui questionado sobre se valeria a pena substituir os martelos já gastos de um piano Brasil, quase encostando na madeira, por martelos novos . Analisando a condição geral do instrumento acrescido do acréscimo de vida útil que se pretendia, achei absolutamente viável a substituição da marteleira antiga do piano por um conjunto novo, porém martelos simples a um custo acessível. Neste caso não seria um exagero. Ele sim mereceria. Isso realmente poderia valer a pena pois o proprietário almejava melhorar sua qualidade de som e estender a vida útil de um piano da faixa de valor do piano Brasil.
Portanto, muitas vezes o piano pode e deve receber um cuidado que significa uma dispesa inicial, porém o valor agregado é muito compensador. E no caso do piano Brasil o investimento pode ser feito sem rodeios. O "Brasileiro" vai responder!!
Bons "sons" a todos!!!!!
Eu sou João Ronaldo,
técnico, afinador de pianos e engenheiro pela Escola Politécnica da USP.
http://www.joaoronaldo.com.br/
Tel.: 2869 8171
Cel.: 6454 1927
Como técnico em piano, também devo falar sobre o piano Brasil que considero um bom instrumento para os estudantes de música. Claro é que não se trata de um piano profissional onde se espera grande desempenho em termos de sonoridade, timbre e reposta mecânica. Porém é um piano que podemos ter em casa e atingir um bom nível de satisfação como estudante de música ou mesmo pianista pela relação custo/benefício.
Começando pelo timbre, pode-se dizer que em geral, apresentam som consistente e aveludado. Devido a construção desse piano os afinadores não encontram embaraço na afinação. É comum que com bem menos ajustes as cordas atinjam rapidamente a mesma afinação e por consequência o timbre sai inteiro sem produzir zunidos provenientes de divergência centesimal de frequência. Portanto um timbre consistente com uma boa impressão de unicidade.
Um piano de sonoridade não muito grande. Porém, suficiente para imprimir dinâmicas até satisfatórias, quando o estudante pode realizar um bom aprendizado até atingir sua maturidade. Apesar de ser um piano não mais fabricado os exemplares espalhados pelo país respondem ainda bem.
Podem responder bem também em termos de mecânica, principalmente se tiverem uma boa atenção de um bom técnico em pianos. Com discrição, mas podem respondem bem. Muitas vezes por serem pianos já de certa idade é comum que as unidades existentes necessitem a substituição de elementos fundamentais para agilidade do instrumento como molas de abafadores, molas de martelos, feltros da mecânica para eliminação de ruídos, dentre outros materiais.
Certa ocasião fui questionado sobre se valeria a pena substituir os martelos já gastos de um piano Brasil, quase encostando na madeira, por martelos novos . Analisando a condição geral do instrumento acrescido do acréscimo de vida útil que se pretendia, achei absolutamente viável a substituição da marteleira antiga do piano por um conjunto novo, porém martelos simples a um custo acessível. Neste caso não seria um exagero. Ele sim mereceria. Isso realmente poderia valer a pena pois o proprietário almejava melhorar sua qualidade de som e estender a vida útil de um piano da faixa de valor do piano Brasil.
Portanto, muitas vezes o piano pode e deve receber um cuidado que significa uma dispesa inicial, porém o valor agregado é muito compensador. E no caso do piano Brasil o investimento pode ser feito sem rodeios. O "Brasileiro" vai responder!!
Bons "sons" a todos!!!!!
Eu sou João Ronaldo,
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terça-feira, 18 de maio de 2010
Piano Schneider
http://www.joaoronaldo.com.br/
Esta semana, após três meses sem afinar um Schneider, novamente ele está de volta!!!!
O Schneider é um piano brasileiro que tem um som aceitável dentre os pianos nacionais. O que gostaria de considerar hoje é a dificuldade da afinação de um piano dessa marca. É bastante interessante o que se passa com este piano e o que faz com ele em geral dê um trabalho excessivo ao afinador de pianos.
Como já é de conhecimento de todos que já passaram pelo meu blog, sou um afinador de pianos com experiência e boa formação. De maneira que nenhum piano me assusta para ser afinado. No entanto, alguns pianos nos traz um certo desconforto na afinação. Seja por um ou outro motivo.
No caso dos pianos Schneider quase que invariavelmente o desconforto vem da dificuldade de deixar as cordas em uma mesma frequência, ou seja afinadas. Parece que o piano se recusa a ficar onde você quer que ele fique. E mais, parece mesmo que ele te trapasseia quando voce tensiona as cordas em busca da frequencia correta. O que em outro piano é muito claro e fácil achar a tensão que casa com a afinação, com o Schneider parece não existir uma posição onde as cordas correspondentes à uma mesma tecla fiquem vibrando igualmente. Ou ele fica, em termos de afinação, para frente ou para tráz. Parece uma criança teimosa que esconde algo de você.
Devaneios à parte, obviamente que a tensão precisa existe e está lá no Schneider, porém de todos os pianos que encontro, ele chega a aborrecer por passar pelo tom acima ou abaixo e com muita dificuldade ficar no ajuste que o afinador quer. Na verdade no ajuste que ele ( O Schneider) tem que ficar.
Depois de afinado o som global do piano é não chega a ser deselegante dentre os nacionais. Não sejamos injustos com o amigo Schneider.
Mas sinceramente se me perguntarem se ele segura a afinação por um bom tempo. Eu diria não, ele trapasseia você. Clientes pedem garantia de afinação. Eu digo que o que eu garanto é que ele vai desafinar e bem rápido. Se depender da vontade do Schneider, amanhã mesmo, ou quem sabe daqui a vinte minutos. Acho que ele não gosta muito dos afinadores de piano. Brincadeira!!!
Se alguém está pensando se o recurso de firmar cravelhas é utilizado... Obviamente que sim. Sou um experimentado como já mencionei!!
Pois bem pessoal por hoje é só um desabafo em relação à indocilidade do Schneider. E olha que eu gosto do som dele. Mas que danado ele!!! De qualquer forma, se um deles nos chama nós vamos até ele e cuidamos com toda atenção até que ele fique sonoro e afinado!!!
Se voce gostaria de conhecer o porque este piano específico dá o seu trabalho, penso que no meu site algumas intruções sobre os materiais componentes dos pianos e seu funcionamento físico mecânico pode elucidar, dê uma olhada no meu site: http://www.joaoronaldo.com.br/ .
Abraço a todos e boa semana!!
Eu sou João Ronaldo, afinador profissional de pianos e engenheiro pela Escola Politécnica da USP.
http://www.joaoronaldo.com.br/
Tel.: 2869 8171
Cel.: 6454 1927
Esta semana, após três meses sem afinar um Schneider, novamente ele está de volta!!!!
O Schneider é um piano brasileiro que tem um som aceitável dentre os pianos nacionais. O que gostaria de considerar hoje é a dificuldade da afinação de um piano dessa marca. É bastante interessante o que se passa com este piano e o que faz com ele em geral dê um trabalho excessivo ao afinador de pianos.
Como já é de conhecimento de todos que já passaram pelo meu blog, sou um afinador de pianos com experiência e boa formação. De maneira que nenhum piano me assusta para ser afinado. No entanto, alguns pianos nos traz um certo desconforto na afinação. Seja por um ou outro motivo.
No caso dos pianos Schneider quase que invariavelmente o desconforto vem da dificuldade de deixar as cordas em uma mesma frequência, ou seja afinadas. Parece que o piano se recusa a ficar onde você quer que ele fique. E mais, parece mesmo que ele te trapasseia quando voce tensiona as cordas em busca da frequencia correta. O que em outro piano é muito claro e fácil achar a tensão que casa com a afinação, com o Schneider parece não existir uma posição onde as cordas correspondentes à uma mesma tecla fiquem vibrando igualmente. Ou ele fica, em termos de afinação, para frente ou para tráz. Parece uma criança teimosa que esconde algo de você.
Devaneios à parte, obviamente que a tensão precisa existe e está lá no Schneider, porém de todos os pianos que encontro, ele chega a aborrecer por passar pelo tom acima ou abaixo e com muita dificuldade ficar no ajuste que o afinador quer. Na verdade no ajuste que ele ( O Schneider) tem que ficar.
Depois de afinado o som global do piano é não chega a ser deselegante dentre os nacionais. Não sejamos injustos com o amigo Schneider.
Mas sinceramente se me perguntarem se ele segura a afinação por um bom tempo. Eu diria não, ele trapasseia você. Clientes pedem garantia de afinação. Eu digo que o que eu garanto é que ele vai desafinar e bem rápido. Se depender da vontade do Schneider, amanhã mesmo, ou quem sabe daqui a vinte minutos. Acho que ele não gosta muito dos afinadores de piano. Brincadeira!!!
Se alguém está pensando se o recurso de firmar cravelhas é utilizado... Obviamente que sim. Sou um experimentado como já mencionei!!
Pois bem pessoal por hoje é só um desabafo em relação à indocilidade do Schneider. E olha que eu gosto do som dele. Mas que danado ele!!! De qualquer forma, se um deles nos chama nós vamos até ele e cuidamos com toda atenção até que ele fique sonoro e afinado!!!
Se voce gostaria de conhecer o porque este piano específico dá o seu trabalho, penso que no meu site algumas intruções sobre os materiais componentes dos pianos e seu funcionamento físico mecânico pode elucidar, dê uma olhada no meu site: http://www.joaoronaldo.com.br/ .
Abraço a todos e boa semana!!
Eu sou João Ronaldo, afinador profissional de pianos e engenheiro pela Escola Politécnica da USP.
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sexta-feira, 7 de maio de 2010
Afinação de Piano Bechstein
http://www.joaoronaldo.com.br/
Bom dia a todos!
Quero compartilhar uma afinação de um piano peculiar, Bechstein antigo reformado. Toda a mecânica do piano foi reformada por mim mesmo. Só não foi trocada a marteleira. De resto foi tudo feito novo: cadarço de bascul, feltro de apoio de martelo, molas de martelo e abafador, abafadores, preenchimento de cochinete, troca de feltro, camursas do martelo, casimira e a limpeza da mecânica em sí. Ficou tudo novo à exceção dos martelos que não foram trocados. Ficou um brinco de mecânica!!
Pois é, a afinação do piano deu um bom trabalho porque com as cravelhas antigas não estava segurando a afinação. Dai trocaram-se as cravelhas para outras novas mais firmes. Depois de Três afinações com intervalo de 10 dias cada, finalmente houve ma reposta do piano em termos de afinação. Ele segurou a afinação em função das novas cravelhas. Ficou muito boa a afinação!!! Bechstein são pianos alemães sensacionais, como todos já ouviram dizer.
O que ainda não está bom é o timbre em sí, que não está aveludado em função dos martelos antigos e gastos. A cabeça dos martelos está quase na madeira o que confere aos agudos um som muito estridente e metálico. Não é do gosto de ninguém basicamente. Um piano elegante soa forte, harmonioso porém com som aveludado, macio.
Os graves estão soando apesar das cordas antigas. Suas cordas poderiam ter sido trocadas e seus martelos e daí teríamos um belo piano profissional reformado com som robusto e macio ao mesmo tempo.
Tudo bem não é sempre que os clientes querem dispender dinheiro na reforma de um excelente piano como o Bechstein. É uma pena!! Se o piano fosse meu ficaria muito feliz em tocar o Noturno número 20 de Chopin, com tudo que um Bechstein precisa para ser um bom amigo do pianista.
Relato esta experiência pessoal. Foi muito boa embora bem trabalhosa em termos de afinação do piano e a reforma da mecânica em sí.
Sou João Ronaldo profissional de afinação de piano, estudante de piano clássico e Engenheiro pela Escola Politécnica da USP.
http://www.joaoronaldo.com.br/
2869 8171
6454 1927
Até a próxima pessoal!!! Bom final de semana!!!
Bom dia a todos!
Quero compartilhar uma afinação de um piano peculiar, Bechstein antigo reformado. Toda a mecânica do piano foi reformada por mim mesmo. Só não foi trocada a marteleira. De resto foi tudo feito novo: cadarço de bascul, feltro de apoio de martelo, molas de martelo e abafador, abafadores, preenchimento de cochinete, troca de feltro, camursas do martelo, casimira e a limpeza da mecânica em sí. Ficou tudo novo à exceção dos martelos que não foram trocados. Ficou um brinco de mecânica!!
Pois é, a afinação do piano deu um bom trabalho porque com as cravelhas antigas não estava segurando a afinação. Dai trocaram-se as cravelhas para outras novas mais firmes. Depois de Três afinações com intervalo de 10 dias cada, finalmente houve ma reposta do piano em termos de afinação. Ele segurou a afinação em função das novas cravelhas. Ficou muito boa a afinação!!! Bechstein são pianos alemães sensacionais, como todos já ouviram dizer.
O que ainda não está bom é o timbre em sí, que não está aveludado em função dos martelos antigos e gastos. A cabeça dos martelos está quase na madeira o que confere aos agudos um som muito estridente e metálico. Não é do gosto de ninguém basicamente. Um piano elegante soa forte, harmonioso porém com som aveludado, macio.
Os graves estão soando apesar das cordas antigas. Suas cordas poderiam ter sido trocadas e seus martelos e daí teríamos um belo piano profissional reformado com som robusto e macio ao mesmo tempo.
Tudo bem não é sempre que os clientes querem dispender dinheiro na reforma de um excelente piano como o Bechstein. É uma pena!! Se o piano fosse meu ficaria muito feliz em tocar o Noturno número 20 de Chopin, com tudo que um Bechstein precisa para ser um bom amigo do pianista.
Relato esta experiência pessoal. Foi muito boa embora bem trabalhosa em termos de afinação do piano e a reforma da mecânica em sí.
Sou João Ronaldo profissional de afinação de piano, estudante de piano clássico e Engenheiro pela Escola Politécnica da USP.
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Até a próxima pessoal!!! Bom final de semana!!!
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