domingo, 14 de novembro de 2010

Nosso bom piano Brasil

Quem não ouviu falar do piano Brasil e seus elogios? Sempre quando se buscam informações sobre pianos nacionais é comum surgirem vários depoimentos do bom piano Brasil.   Alguns são de proprietários, outros de apreciadores do instumento.

Como técnico em piano, também devo falar sobre o piano Brasil que considero um bom instrumento para os estudantes de música.  Claro é  que não se trata de um piano profissional onde se espera grande desempenho em termos de sonoridade, timbre e reposta mecânica. Porém é um piano que podemos ter em casa e atingir um bom nível de satisfação como estudante de música ou mesmo pianista pela relação custo/benefício.

Começando pelo timbre, pode-se dizer que em geral, apresentam som consistente e aveludado. Devido a construção desse piano os afinadores não encontram embaraço na afinação. É comum que com bem menos ajustes as cordas atinjam rapidamente a mesma afinação e por consequência o timbre sai inteiro sem produzir zunidos provenientes de divergência centesimal de frequência. Portanto um timbre consistente com uma boa impressão de unicidade.

Um piano de sonoridade não muito grande. Porém, suficiente para imprimir dinâmicas até satisfatórias, quando o estudante pode realizar um bom aprendizado até atingir sua maturidade. Apesar de ser um piano não mais fabricado os exemplares espalhados pelo país respondem ainda bem.

Podem responder bem também em termos de mecânica, principalmente se tiverem uma boa atenção de um bom técnico em pianos. Com discrição, mas podem respondem bem.  Muitas vezes por serem pianos já de certa idade é comum que as unidades existentes necessitem  a substituição de elementos fundamentais para agilidade do instrumento como molas de abafadores, molas de martelos, feltros da mecânica para eliminação de ruídos, dentre outros materiais. 

Certa ocasião fui questionado sobre se valeria a pena substituir os martelos já gastos de um piano Brasil, quase encostando na madeira, por martelos novos . Analisando a condição geral do instrumento acrescido do acréscimo de vida útil que se pretendia, achei absolutamente viável a substituição da marteleira antiga do piano por um conjunto novo, porém martelos simples a um custo acessível. Neste caso não seria um exagero. Ele sim mereceria. Isso realmente poderia valer a pena pois o proprietário almejava melhorar sua qualidade de som e estender a vida útil de um piano da faixa de valor do piano Brasil.

Portanto, muitas vezes o piano pode e deve receber um cuidado que significa uma dispesa inicial, porém o valor agregado é muito compensador. E no caso do piano Brasil o investimento pode ser feito sem rodeios.  O "Brasileiro" vai responder!!

Bons "sons" a todos!!!!!

Eu sou João Ronaldo,

técnico, afinador de pianos e engenheiro pela Escola Politécnica da USP.


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