terça-feira, 30 de novembro de 2010

Série: O Steinway Moderno

Boa tarde amigos!!!

Como todos sabem, sou técnico em piano e apaixonado por esse instrumento sobre vários aspectos:  afinação, ajuste, restauração e a execução de peças ao piano, propriamente dita.

Por esse motivo, resolvi iniciar uma série de relatos realizada por mim sobre a construção do magnífico piano Steinway com base em pesquisas em fontes Steinway. Nesta série será possível conhecer um pouco sobre a fabricação desse maravilhoso piano. O piano dos pianos!!! Espero que apreciem!!!

Sem demora, vamos lá...

A Construção de um grand piano (cauda) Steinway começa com a confecção da “caixa” de superfície côncava e convexa, na região da cauda e plana na região do teclado. A fabricação da caixa se dá pela compressão de dezoito lâminas da madeira da árvore Maple, que existe em abundância em países do hemisfério norte como Canadá, cuja folha está na sua bandeira.


A “caixa” do Steinway possui uma forma única: cada lâmina de madeira é continua e dá a volta em torno de todo o piano formando as laterais e a cauda. As laterais do piano, feitas pelas lâminas de maple, se unem à superfície plana da caixa, correspondente à região onde será encaixado o teclado, formando uma superficie contínua de madeira, exceto pela superfície plana.


A prensa utilizada para curvar as lâminas de madeira é uma prensa patenteada no século XIX (C. F Theodore Steinway) ainda empregada nos processos de fabricação dos Steinway modernos. Durante a fabricação muito tempo é utilizado na secagem da madeira, fixação das lâminas e colagem. Um exemplo do quanto pode demorar o processo é a secagem da madeira que leva mais de 5 anos. Todo processo, uma curiosa combinação das antigas tradições existentes e moderna tecnologia é realizado com a devida calma.

Texto extraído do livro “Steinway” do autor Ronald V. Ratcliffe e traduzido por João Ronaldo, afinador de piano e engenheiro Civil pela USP.

Por hoje vamos ficar com essa introdução e na próxima semana prometo trazer mais novidades!!!

Boa semana para todos!!!

João Ronaldo.

http://www.joaoronaldo.com.br/
6454-1927

domingo, 14 de novembro de 2010

Nosso bom piano Brasil

Quem não ouviu falar do piano Brasil e seus elogios? Sempre quando se buscam informações sobre pianos nacionais é comum surgirem vários depoimentos do bom piano Brasil.   Alguns são de proprietários, outros de apreciadores do instumento.

Como técnico em piano, também devo falar sobre o piano Brasil que considero um bom instrumento para os estudantes de música.  Claro é  que não se trata de um piano profissional onde se espera grande desempenho em termos de sonoridade, timbre e reposta mecânica. Porém é um piano que podemos ter em casa e atingir um bom nível de satisfação como estudante de música ou mesmo pianista pela relação custo/benefício.

Começando pelo timbre, pode-se dizer que em geral, apresentam som consistente e aveludado. Devido a construção desse piano os afinadores não encontram embaraço na afinação. É comum que com bem menos ajustes as cordas atinjam rapidamente a mesma afinação e por consequência o timbre sai inteiro sem produzir zunidos provenientes de divergência centesimal de frequência. Portanto um timbre consistente com uma boa impressão de unicidade.

Um piano de sonoridade não muito grande. Porém, suficiente para imprimir dinâmicas até satisfatórias, quando o estudante pode realizar um bom aprendizado até atingir sua maturidade. Apesar de ser um piano não mais fabricado os exemplares espalhados pelo país respondem ainda bem.

Podem responder bem também em termos de mecânica, principalmente se tiverem uma boa atenção de um bom técnico em pianos. Com discrição, mas podem respondem bem.  Muitas vezes por serem pianos já de certa idade é comum que as unidades existentes necessitem  a substituição de elementos fundamentais para agilidade do instrumento como molas de abafadores, molas de martelos, feltros da mecânica para eliminação de ruídos, dentre outros materiais. 

Certa ocasião fui questionado sobre se valeria a pena substituir os martelos já gastos de um piano Brasil, quase encostando na madeira, por martelos novos . Analisando a condição geral do instrumento acrescido do acréscimo de vida útil que se pretendia, achei absolutamente viável a substituição da marteleira antiga do piano por um conjunto novo, porém martelos simples a um custo acessível. Neste caso não seria um exagero. Ele sim mereceria. Isso realmente poderia valer a pena pois o proprietário almejava melhorar sua qualidade de som e estender a vida útil de um piano da faixa de valor do piano Brasil.

Portanto, muitas vezes o piano pode e deve receber um cuidado que significa uma dispesa inicial, porém o valor agregado é muito compensador. E no caso do piano Brasil o investimento pode ser feito sem rodeios.  O "Brasileiro" vai responder!!

Bons "sons" a todos!!!!!

Eu sou João Ronaldo,

técnico, afinador de pianos e engenheiro pela Escola Politécnica da USP.


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